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Ernani de Paula busca novamente a Prefeitura de Anápolis, entrevista exclusiva e reveladora

Fausto Costa (Portal Anápolis), Gildo Ribeiro (Sete Minutos), Ernani de Paula e o Radialista Roberto Lara
Entrevista exclusiva e reveladora com o empresário, ex-prefeito e pré-candidato a prefeito de Anápolis em 2016 Ernani De Paula, ele fala tudo, leia:

Fausto Costa: Vamos começar pelo caso do sequestro do seu assessor, o que aconteceu?, como está a apuração por parte da polícia?

Ernani de Paula: Ele foi sequestrado, suponho que tenha algo por traz em relação as denúncias que estamos fazendo, não posso adiantar por que está sendo investigado pela polícia, ela já está levantando o caso e já tem vários indícios dos autores.
Ele estava em casa e saiu com um primo para comprar alguma coisa, no retorno eles foram abordados por 3 elementos armados, deixaram o primo e o obrigaram a entrar no carro, tomaram seu celular dizendo que se ele continuasse trabalhando para o meu escritório ele ia se dar mal, enfim fizeram várias ameaças, ele foi solto em frente a base aérea, isso meia noite, uma hora da manhã sem o celular. Fizemos a queixa na polícia por sequestro e agora vamos esperar a apuração. Ele continua trabalhando mas ficou muito assustado, como todo mundo, eu ficaria, todos nós ficaríamos. É contra a imprensa isso, contra a liberdade de expressão, liberdade das pessoas poderem dizer e fazer o seu trabalho. Agora a polícia está investigando e acho que rapidamente vamos ter uma solução para o caso.
Deixa a polícia acabar as investigações para falarmos mais sobre isso.

Gildo Ribeiro: O período que você passou no outro partido foi pouco para você poder se aclimatar sobre o que estava acontecendo na cidade, na política, e de repente você volta presidente de partido.

Ernani de Paula: Moro em Anápolis, não que eu tenha sempre morado aqui mas eu venho para Anápolis a mais de 35 anos, então não é recente, eu comprei aqui algumas fazendas em 1978, agora efetivamente morando na cidade foi no período em que fui prefeito, mas eu tenho um carinho muito grande pela cidade, sempre fui muito bem recebido mesmo antes de ser prefeito, e posterior a todos os problemas que ocorreram, continuei sempre bem recebido, quero retribuir para a cidade aquele carinho que ela me deu não só quando nas eleições de 2000 quando me elegeu prefeito. Fui interrompido no processo como prefeito, por forças políticas locais, do governo do estado, vereadores, foi político todos sabem disso, nunca teve nenhuma condenação que pudesse me afastar, não teve corrupção, não teve esse agravante para dizer: "você foi condenado, você tem que sair, você pegava dinheiro de caixa 2", não existiu isso, foi um fato político.
Vou relembrar vocês aqui: quando o governador Marconi Perillo veio e fez a intervenção, ele colocou aqui o vice governador Alcides Rodrigues, e porque o vice governador? eu era prefeito de uma cidade da importância de Anápolis, Ronaldo Caiado tinha acabado de ser eleito deputado federal com a maior votação do estado, Demóstenes Torres eleito senador com a maior votação da história e a minha ex-esposa Sandra Melon, sua suplente, o DEM naquela época PFL fez uma força política muito forte a partir de Anápolis, eu prefeito, um senador da república, a suplente (minha esposa) e um deputado federal, e isso incomodou, não só o PSDB de Marconi, mas incomodou os outros grupos políticos, qualquer desculpa serviria para o meu afastamento, Marconi fez um decreto e me afastou, ele tinha acabado de ser reeleito, estava no ápice da sua reeleição, "ou eu destruo ele agora, esse grupo que esta se formando ou eu perderei o meu trono no futuro". Ele até não estava de todo errado, não pelo fato, mas politicamente ele está no seu 4° mandato hoje. Esse fato das eleições de 2002 começando 2003, o eixo administrativo era a prefeitura de Anápolis do qual eu era prefeito e nos planos do governador eu não podia ir para a reeleição nunca. Eu municipalizei a água, eu tinha uma lei municipal autorizativa da Câmara municipal, só estava ainda em tratativas com o estado a forma de gestão que ia ser com a Saneago ou uma terceira empresa que teria que fazer uma licitação para poder assumir a responsabilidade do serviço de água e esgoto da nossa cidade. Quando Marconi percebeu (seus assessores perceberam), Fernando Cunha avô do atual pré-candidato na época vivo orientou o governador: esse grupo político (com essa questão da água), ficará muito forte e você vai perder a receita de Anápolis que é poderosa. Conclusão houve a minha intervenção, e hoje nós vivemos eternamente essa crise do saneamento aqui na cidade, sem água e esgoto e cobrando caro.

Fausto Costa: Ainda sobre saneamento, observamos nas redes sociais muitos Anapolinos questionando que reservas oriundas do município são usadas para abastecer outras cidades, mas não abastece Anápolis, isso é questionável?

Ernani de Paula: Sim. Temos aqui mais de 250 nascentes, Anápolis é muito rica em água, tanto é que a Brahma está instalada aqui, Coca-Cola, água cristalina, nós abastecemos Corumbá, Brasília e Goiânia, temos água própria para nos abastecer por muitos anos e os investimentos não foram feitos, agora você imagina uma receita disso com o saneamento municipalizado, então por isso o governo do estado (Marconi) criou um clima de caos administrativo.
No final do ano passado eu entrei no Ministério Público para que ele ponha em licitação o sistema de água da cidade, O MP tem que tomar providência, já está vencido desde 2003, tem que licitar, a Saneago tem que sair da cidade, ela é péssima para Anápolis.

Fausto Costa: Qual a justificativa o Governo do Estado colocou no decreto da sua intervenção como prefeito?

Ernani de Paula: No decreto ele disse que eu não teria aplicado os 25% exigidos em lei na educação.

Fausto Costa: Isso seria motivo para uma intervenção?

Ernani de Paula: Lógico que não, tanto é que o balanço ainda não tinha fechado, estava no tribunal. Eu tenho um documento até hoje, onde o tribunal dizia que eu tinha aplicado os 25%, um mês depois o mesmo tribunal que me deu esse documento, disse que eu não apliquei, ele usou isso como justificativa porque só tem duas maneiras de afastar um ente federado e uma é a não aplicação das verbas constitucionais. O Governador usou essa desculpa com o parecer de um balancete, não era nem balanço, para fazer a intervenção e o decreto que me afastou. Tinha outro agravante também naquele momento Marconi estava muito irritado comigo porque eu o tinha processado criminalmente por calúnia e injúria motivado por uma declaração que ele tinha dado contra mim, então as razões foram políticas, eu estou tendo a oportunidade pela primeira vez de falar para a mídia, aquilo que nunca foi colocado para fora, ele me tirou da prefeitura e me tirou a reeleição. A cassação da Câmara foi conseqüência da intervenção feita, quem me cassou o mandato de prefeito foi o governador Marconi Perillo, por um ato ditatorial só usado na revolução e um documento falho, fictício do tribunal de contas. Mas hoje é pagina virada, as coisas já aconteceram, minha relação com ele é cordial, um tempo atrás inclusive ele esteve em minha fazenda pedindo apoio para Ridoval Chiareloto.

Gildo Ribeiro: Então sua relação com o governador é cordial?

Ernani de Paula: Cordial é a palavra, ele me convidou no final do ano passado para tomar um café com ele no palácio, eu estive lá, nós conversamos, já nos encontramos em São Paulo, enfim, uma relação amistosa nada mais.

Gildo Ribeiro: A política Anapolina esqueceu de Ernani, do "nada" ressurgiu, lembro da sua primeira matéria que saiu no Sete Minutos teve milhares de visualizações, assustou, sinal de que a um grande universo a ser explorado de pessoas que estão descontentes com a maneira como Anápolis vem sendo administrada, seria isso?

Ernani de Paula: Anápolis politicamente ainda está arcaica, a maneira que vem sendo administrada é antiga, a maneira do vereador conversar com o executivo mostra que não temos oposição real na cidade, toda cidade, todo governo tem que ter oposição, não oposição para destruir mas oposição para apontar os erros e mostrar caminhos alternativos, ai quando chega nas eleições o pessoal fala que não tem novas lideranças, mas não tem mesmo, uma liderança não se cria do dia para a noite, é com o tempo, com trabalho e da forma que as coisas seguem caminhando dificilmente essa oposição vai existir no futuro também.

Roberto Lara: O quê que a povo anapolino pode esperar desse novo Ernani com a sua pré-candidatura a prefeito nas eleições 2016?

Ernani de Paula: No primeiro momento quando houve aquele processo todo mal explicado, parece que você roubou, parece que fez isso, parece que fez aquilo, não é nada disso, estou explicando o que realmente houve, tanto é que nunca fui condenado, nem um processo nesse sentido, agora estou mais maduro, com um pouco mais de sabedoria, mais humilde, conheço os problemas da cidade, estou num momento, numa idade, numa fase da minha vida que resolvi fincar aqui a minha residência e refazer todo um projeto de vida a partir daqui e é isso que eu quero fazer. Eu já tenho uma relativa tranqüilidade financeira, não sou mais aquele empresário que fica buscando somente lucro, quero fazer hoje as coisas que me dão prazer e é o que estou fazendo (mídia), falo com as pessoas, com a população, vejo os problemas, aponto soluções, isso me dá prazer. Quero me dedicar não só a vida pública mas também a cidade que me acolheu muito bem, me deu uma votação fantástica para prefeito, é uma maneira que eu tenho de retribuir para a cidade, para a população e é esse trabalho que eu tenho feito, denúncias, reclamações, apontando o que está errado, o que está certo, ajudando. A pré-candidatura é uma conseqüência de uma nova maneira de olhar, de uma nova maneira de vida, então ela pode realmente se consolidar, pode lá na frente não se consolidar, mas a dedicação e o trabalho que eu quero fazer para a cidade ele vai ser permanente, extrapola em relação as eleições.

Fausto Costa: O partido que você está presidindo no momento é o PSDC, como está a situação do partido em termos de base, alianças?

Ernani de Paula: O PSDC é um partido que hoje é independente de qualquer governo, ele é independente em relação ao governo federal, estadual do PSDB, enfim ele não tem nenhuma ligação partidária e nem administrativa, é um projeto novo que está sendo desenvolvido pelo Alexandre Magalhães que quer construir um grande partido no estado, não pelo número de deputados, que isso vai acontecendo naturalmente nas eleições, mas é fazer uma nova política, uma política mais moderna, mais atual e ele me convidou para ser o presidente aqui na cidade e eu aceitei de pronto, estamos com essa missão de implantar o partido aqui e em todos os municípios entorno de Anápolis.

Fausto Costa: Seus adversários, como você está vendo os outros pré-candidatos?

Ernani de Paula: Tivemos informação que Baldy acabou desistindo da sua pré-candidatura, agora o pré-candidato do PSDB é Fernando Cunha Neto que está no seu 2° mandato de vereador, é um nome jovem, que pode contribuir muito com a cidade, cada partido vai apresentar o seu projeto, o prefeito já é naturalmente pré-candidato.

Fausto Costa: Até que ponto a excelente aprovação de Antônio Gomide ajuda o Pré-candidato João Gomes?

Ernani de Paula: Política é algo interessante, porque tem políticos que tem um carisma muito grande, mas esse carisma cessa nele próprio, e tem outros que tem um carisma também muito grande e consegue transferir, exemplos o Lula quando elegeu a Dilma, o Haddad em São Paulo foi outro exemplo, com Gomide não tivemos ainda essa prova.
O Gomide quando foi candidato na primeira vez ninguém apostava nele e ele ganhou as eleições, nas últimas eleições ele teve 50% dos votos dos anapolinos para o governo do estado, eu achei pouco, porque ele estava no auge, com 6 anos de mandato, agora vamos ver se desses 50% que ele teve para governador ele conseguirá transferir para seu candidato a prefeito. O Carlos Antônio é um candidato natural até porque ele não tem nem muito o que pensar, ele é deputado estadual não tem o que perder, não perde o mandato, se ele não for eleito agora ele continua fazendo o nome dele para a própria reeleição. Concluo que os candidatos mais competitivos são uns 3 ou 4 comigo.

Roberto Lara: Você disse que amadureceu, pegou experiência, e a vida mostra isso com o passar do tempo, o que aconteceu também é uma página virada. Hoje você saindo pré-candidato e vindo a ganhar, você iria buscar recursos, com o governo tanto estadual como federal, independente do partido para ajudar no crescimento da cidade?

Ernani de Paula: Esses recursos são relativos, hoje nós estamos numa crise nacional, nem quem é do próprio partido, PT nacional, está tendo dinheiro, não estão tendo dinheiro nem para combater a dengue, você imagina nos municípios e nos estados, todo mundo na penúria. Eu acho que essa crise vai se aprofundar, se alongar, ela é grave, o desemprego já está batendo as portas de muitas famílias e vai piorar isso até julho, acho que vamos entrar numa crise institucional muito grande até as próximas eleições. Agora buscar verbas hoje é quase que mecânico porque os ministérios até por obrigação tem esses recursos no seu orçamento, basta fazer um bom projeto. O governo do estado também tem suas dificuldades. Eu fui punido e tirado da minha função porque briguei pela água, porque queria e trabalhava pela cidade, porque quis municipalizar a água, hoje a Saneago está tão quebrada, tão mal gerida que nem o dinheiro que ela arrecada aqui ela consegue reinvestir.
Com todos essas dificuldades que os governos estão passando temos que ser criativos, hoje tenho outra visão de como fazer e buscar os recursos.

Fausto Costa: Como você está vendo as obras da prefeitura, viadutos, as intervenções no trânsito?

Ernani de Paula: Acho que são obras eleitoreiras, maquiagem, o grande problema do trânsito em Anápolis é a ligação leste-oeste, na norte-sul nós temos uma Avenida Brasil que funciona bem, agora se esta fazendo na Brasil é obra do nada para lugar nenhum, são obras para dizer "Eu sou um tocador de obras".

Roberto Lara: A campanha eleitoral oficial esse ano estará restrita a 45 dias, com limitação de gastos, o senhor está fazendo um trabalho corpo a corpo? como será sua busca pelo voto?

Ernani de Paula: Com essas limitações vamos saber quem é quem, quem vai para rua, corpo a corpo, casa em casa, conversar com as pessoas, conversar com a população, quem é que enfrenta, não é fácil, não é para qualquer um, como fazer a campanha será uma estratégia totalmente diferente do que foi no passado, e nisso ai estou bem.

Gildo Ribeiro: Porque o Anapolino deve votar em Ernani?

Ernani de Paula: Porque o Anapolino já teve a experiência do que nós fizemos em apenas dois anos e meio, nós municipalizamos a saúde, tínhamos a prefeitura 24 horas que dava uma segurança social muito grande, tínhamos um programa chamado cheque social que ajudava todas as entidades sociais da cidade, tínhamos a polícia militar no banco de horas que virou um projeto adotado não só pelo estado como se tornou exemplo para o Brasil, eu aluguei mais de 30 viaturas e coloquei a disposição da Polícia militar, da guarda florestal para fazer o policiamento ostensivo, chegamos a ter 45 dias sem um homicídio naquela época na cidade. Foram apenas dois anos e meio que infelizmente foram interrompidos por trabalhar pela cidade e a população vai saber reconhecer isso e saber o real motivo daquela intervenção para separar o joia do trigo. Eu estarei apresentando um projeto viável, exequível, fundamentalmente um projeto que não seja eleitoreiro para que as pessoas saibam que podem ter um futuro melhor na cidade.

Colaboração na organização do texto: Lucieni Soares

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